
Dengue e desidratação: um perigo silencioso!
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, cuja prevenção ainda é a melhor estratégia para evitar complicações. No entanto, quando a infecção ocorre, os cuidados adequados são essenciais para impedir a progressão para formas graves da doença.
Dentre esses cuidados, a hidratação se destaca como um pilar fundamental na recuperação. A desidratação pode intensificar os sintomas e elevar o risco de complicações sérias.
Por que a hidratação é tão importante?
A hidratação é uma das primeiras e mais importantes recomendações no tratamento da dengue. Isso ocorre porque a doença provoca uma perda significativa de líquidos, levando ao extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos. Esse processo é resultado da redução das plaquetas no sangue, o que pode levar a sintomas graves, como queda de pressão, tontura e hemorragias.
O Ministério da Saúde recomenda uma ingestão de aproximadamente 60 ml de líquidos por quilo de peso corporal ao dia. Isso significa que uma pessoa com 60 kg deve ingerir cerca de 3,6 litros diariamente. A hidratação adequada reduz os riscos de complicações e melhora a circulação sanguínea, ajudando o organismo a combater a doença.
Qual a melhor opção para se manter hidratado?
Para manter uma hidratação eficaz, é importante escolher os líquidos adequados. Além da água, as melhores opções incluem soro de reidratação oral, água de coco, chás e sucos naturais sem açúcar.
Por outro lado, bebidas como refrigerantes e sucos industrializados devem ser evitados, pois contêm grande quantidade de açúcar e podem piorar a desidratação.
Quando a hidratação intravenosa é necessária?
Em alguns casos, a ingestão oral de líquidos pode não ser suficiente, tornando necessária a hidratação intravenosa. Pacientes que apresentam sinais de alarme devem ser monitorados em ambiente hospitalar. Entre os principais sinais estão:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Sangramento de mucosas;
- Letargia ou irritabilidade;
- Retenção de líquidos no corpo;
- Hipotensão postural e tontura.
Os pacientes classificados como Grupo C (com sinais de alarme, mas sem sinais de gravidade) precisam ser internados para receber hidratação venosa e permanecer em observação por, no mínimo, 48 horas.
Já no Grupo D, que corresponde à dengue grave, a internação em UTI é obrigatória, onde a hidratação venosa também será administrada. Nesses casos, o paciente pode apresentar complicações como choque circulatório, insuficiência respiratória, hemorragias graves ou falência de órgãos, exigindo tratamento médico intensivo.
Conclusão
A dengue é uma doença séria e potencialmente fatal, mas sua evolução pode ser controlada com medidas simples, como hidratação adequada e acompanhamento médico. Mesmo que você não sinta sede, é essencial insistir na ingestão de líquidos para evitar a piora do quadro. Em casos graves, a hidratação intravenosa pode salvar vidas. Diante de qualquer sintoma de alerta, buscar ajuda médica imediatamente é fundamental para um tratamento eficaz e seguro.
Referências Bibliográficas
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