Confira as atualizações científicas sobre a prevenção da doença celíaca
A doença celíaca é uma enfermidade autoimune provocada pelo glúten em pessoas geneticamente susceptíveis. É uma doença que reduz a qualidade de vida e representa grandes consequências econômicas, devido à restrição alimentar.
Estratégias de prevenção envolvem a identificação das pessoas com predisposição, na identificação e eliminação dos fatores de risco. Estudos recentes apresentaram dados importantes sobre a história da doença, fatores de risco (genéticos e ambientais) e biomarcadores que facilitam a identificação da população susceptível.
Um estudo de revisão publicado na revista Frontiers in Immunology apresentou o que há de mais recente quando falamos de prevenção da doença celíaca e nós trouxemos aqui nesse artigo os pontos mais importantes desse estudo.
DOENÇA CELÍACA
A doença celíaca é resultado de uma interação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos, que leva a uma reação inadequada das células T ao glúten. Com o passar do tempo, essa resposta imunológica pode levar a remodelação da mucosa do intestino delgado, causando os sintomas da doença.
Esse é um distúrbio frequente no cenário mundial; cerca de 1,4% da população é afetada. Em relação às pessoas do grupo de risco, ou seja, crianças e adolescentes com histórico familiar, pessoas com doenças autoimunes, deficiência de IgA e cromossomopatias, a prevalência chega a 10%.
A prevenção dessa doença se baseia na identificação das pessoas em risco, dos fatores de risco e no entendimento do momento da intervenção para reduzir os danos que o glúten causa ao paciente.
BIOMARCADORES PARA IDENTIFICAR GRUPOS DE RISCO
Identificar quais são os indivíduos com maior risco de desenvolver a doença celíaca é o primeiro passo em direção à prevenção. Nos últimos anos, muitos estudos têm se dedicado a encontrar possíveis biomarcadores que permitam identificar o desenvolvimento da doença, antes mesmo de os sintomas aparecerem.
Até o momento temos alguns resultados importantes: mais de noventa por cento dos pacientes com a doença celíaca têm os haplótipos HLA DQ2.5 na posição cis ou trans, além disso, sabe-se que o risco entre parentes de primeiro grau geneticamente predispostos aumenta em até 20%.
IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO E INTERVENÇÃO: AMAMENTAÇÃO
Há muito tempo, a amamentação é considerada uma proteção ao desenvolvimento da doença celíaca. Apesar disso, o que os estudos recentes mostram é que o leite materno não reduz o risco de desenvolver a doença na infância.
Existem também uma ideia de que a introdução precoce do glúten a aumenta a chance de desenvolver a doença. Mas o que tem sido visto é que não há diferença na incidência da doença quando o glúten é introduzido de forma precoce (4 meses) ou mais tarde (após um ano de vida).
IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO: INFECÇÕES
Outro ponto importante é a hipótese de que o processo inflamatório que causa a doença celíaca seja estimulado por infecções que ocorreram antes do início da doença.
Vários estudos apontaram que infecções precoces podem sim contribuir para o desenvolvimento da doença celíaca. Foram citadas as infecções: por Rotavírus, Parechovirus, Reovírus e infecções gastrointestinais.
Considerando o potencial prejudicial dessas infecções, cabe trazer a importância de incentivar a vacinação. Pois além de prevenir contra as doenças causadas pelos vírus, também podem prevenir doenças secundárias.
Para encerrar, a identificação de outros fatores de risco é essencial para o desenvolvimento de uma boa estratégia de prevenção baseada em múltiplas abordagens. Nosso olhar está atento às atualizações na área, acompanhe nosso site e esteja sempre à frente!
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