Ciência é vida! Os avanços da nanomedicina na otimização do tratamento de doenças inflamatórias intestinais
As nanopartículas podem ser ótimas aliadas na otimização do tratamento das DIIs
No dia 8 de julho, comemoramos o Dia Nacional da Ciência e com ele lembramos a importância de nos mantermos sempre atualizados nos avanços da nossa área que permitem uma saúde de ponta.
Hoje abordaremos a importância da nanomedicina na otimização do tratamento das doenças inflamatórias intestinais.
Continue lendo o artigo e se atualize sobre o tema.
Doenças Inflamatórias Intestinais e tratamentos atuais
A incidência de doenças inflamatórias intestinais (DIIs), como a Doença de Crohn (DC) e a Colite Ulcerativa (CU), está aumentando consideravelmente em todo o mundo. Essas condições inflamatórias crônicas e debilitantes requerem tratamento e acompanhamento médico ao longo de toda a vida.
Essas características trazem grandes prejuízos para o indivíduo, sistema de saúde e sociedade como um todo. Por isso, pesquisadores vêm se dedicando em busca de melhores tratamentos para estes pacientes.
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A escolha do tratamento é influenciada, principalmente, pela gravidade da doença, visando a remissão da doença. Entretanto, estudos com base populacional demonstraram que, apesar dos tratamentos utilizados, cerca de 49% dos pacientes com DC e 15% dos pacientes com CU necessitam de intervenção cirúrgica até 10 anos após o diagnóstico.
As terapias convencionais existentes enfrentam desafios consideráveis, incluindo eficácia terapêutica, efeitos adversos, custos elevados e ação diferenciada entre os pacientes.
Um ponto chave, que as terapias devem levar em consideração são as alterações fisiopatológicas que acontecem no intestino de pacientes com DIIs, como alteração no pH, microbiota e tempo do trânsito intestinal. Estes fatores podem alterar a ação do medicamentos e uma solução para isso seria o uso das nanopartículas.
Nanopartículas: nova aliadas no tratamentos das DIIs
O termo nanopartícula (NP) se refere a partículas de tamanho nanométrico (nm). As NP terapêuticas podem ser construídas através de agentes inorgânicos, como sílica e carbono, ou orgânicos, como lipídeos e polímeros.
Elas possuem a capacidade de atuarem como agentes eficazes na entrega de fármacos e isto está relacionado a suas características: tamanho e composição. Possuem potencial para penetrar nos tecidos alvos através da rota paracelular, ou através de mecanismos de transporte como endocitose, tráfego de vesículas e exocitose de partículas.
Por serem estruturas totalmente moldáveis, podem ser utilizadas com diferentes objetivos.
A entrega de fármacos com o uso de NP apresenta uma oportunidade para a entrega direcionada adaptada às alterações que ocorrem no intestino na DIIs, sendo possível superar as desvantagens do uso convencional dos medicamentos e aprimorar a eficácia desses tratamentos.
Essa entrega direcionada facilita a redução da dose necessária, podendo reduzir os efeitos adversos ao paciente. Além disso, os nanomedicamentos podem ser administrados por via oral, proporcionando uma via alternativa à administração parenteral. Outro caminho importante, é que o uso NP abre portas para o desenvolvimento de novas terapias, incluindo o uso de ácido nucleico e proteínas.
Considerando essas descobertas importantes, o próximo passo é que as NP sejam testadas em humanos para o tratamento das DIIs e a ciência anda a passos largos em busca desses avanços.
Qual a sua opinião sobre a busca de tratamentos alternativos para as DIIs? Compartilhe conosco e com outros profissionais que gostam do tema.
▪ Endorp Endoscopia&Diagnóstico
Fonte: Mohan LJ, Daly JS, Ryan BM, Ramtoola Z. The future of nanomedicine in optimising the treatment of inflammatory bowel disease. Scand J Gastroenterol. 2019 Jan;54(1):18-26. doi: 10.1080/00365521.2018.1563805. Epub 2019 Jan 24. PMID: 30678499.